Façamos uma breve retrospectiva de como foi nossa educação formal – dê uma pausa no texto e reflita sobre como foi sua Educação Infantil, Anos Iniciais, Anos Finais e Ensino Médio.
Ok! Agora continuemos.
Não são todas as escolas, é verdade, mas a grande maioria funciona no modelo Comando e Controle, conforme as etapas avançam.
Durante a Educação Infantil e Anos Iniciais, brincávamos, nos divertíamos, fazíamos grupos, pintávamos, chegávamos em casa sujos do parquinho... saudosa lembrança!
Nos Anos Finais e Ensino Médio, a coisa ficou mais formal mesmo. A estrutura da sala mudou, agora não mais em grupo. Sentávamo-nos enfileirados, valorizava-se o silêncio para o professor falar, falar e falar. As brincadeiras eram minimizadas. Diversão? Se resolver fórmulas imensas de físico-química e entender o funcionamento da anatomofisiologia do corpo humano for isso, divertido, tudo bem.
É um fato que, conforme as séries avançam na educação básica, fomos perdendo aquela colaboração intrínseca dos “pequeninhos”. A criatividade foi dando lugar para o decoreba e a comunicação, substituída por “notas de comportamento”. O ciclo básico foi muito mais Comando e Controle, no final das contas. Eu avisei!
Que tipo de aluno entregamos às universidades/mercado de trabalho, sendo assim?
Maturidade, criatividade, comunicação, capacidade de resolver problemas e conflitos, inteligência emocional... – adicione aqui todas as competências mais valorizadas pelo mercado de trabalho, tudo baixo. É nesse contexto que os profissionais do futuro estão sendo “produzidos”.
E agora entra o movimento ágil. Uma “forma” de gerenciar projetos e organizações que vem ganhando cada vez mais espaço em diferentes contextos, segundo o The 17th State of Agile Report.
Indivíduos e interações acima de processos e ferramentas: Mas como interagir com
os indivíduos? Não era somente reprodução de métodos e técnicas?
Software em funcionamento acima de documentação abrangente: Não era só
entregar as atividades de casa copiadas do colega?
Colaboração com o cliente acima de negociação de contratos: Colaboração? O que
é? Come o quê?
Resposta a mudanças acima de seguir um plano: O plano não era somente tirar notas
altas? Adaptação?
Preocupa!
Para ter maior êxito no ágil precisamos cuidar, primeiro, da base. Agora me diga: quem não sabe disso? Também responda: por qual razão não estamos adotando agilidade nas escolas?
Não somente no funcionamento do estacionamento, matrículas, disposição física da escola... Não! Nossas salas de aula. Professores e alunos engajados na resolução de problemas reais e complexos. Gestão escolar preocupada com que tipo de aluno a escola entrega para a sociedade e não com o número de matrículas. Passaríamos uma vida aqui listando problemas e apontando soluções. Mas e se as escolas fossem ágeis?
Ensino personalizado: As escolas poderiam adaptar o ensino às necessidades
individuais dos alunos;
Feedback contínuo: A adoção de ciclos curtos de feedback permitiria ajustes rápidos e
eficazes no processo de aprendizagem dos alunos;
Colaboração e autonomia: Os alunos trabalhariam mais em grupo, desenvolvendo
habilidades humanas, para além das habilidades de mercado;
Flexibilidade curricular: Não estaríamos presos ao sistema – aqui tem um rio de
discussão, mas não é a hora;
Engajamento e motivação: Os alunos teriam voz. Estariam envolvidos no próprio
processo de aprendizado. Viraria uma grande jornada participativa e não apenas uma
obrigação curricular;
Professores em formação contínua: Não tem essa de "terminou a faculdade e pronto", tá? Estuda e estuda.
Ainda bebemos da fonte da educação bancária, militar e técnica. Valorizamos um monte de outras coisas, que não é, necessariamente, o indivíduo. O ágil é sobre gente, além de tudo.
E se as escolas fossem ágeis?
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